Iniciativa será realizada em escolas públicas e comunidades vulneráveis, unindo agricultura regenerativa, educação ambiental e protagonismo feminino
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13.12.2025 - 15h03min
Depois do evento climático que atingiu em cheio o Rio Grande do Sul em 2024, um grupo de mulheres e educadoras decidiu transformar a dor em ação. Dessa mobilização nasceu o Projeto Raízes do Futuro – Hortas Biodinâmicas para Resiliência Climática e Empoderamento Feminino, que reúne agricultura regenerativa, educação ambiental e protagonismo feminino.
A proposta terá início em Bento Gonçalves e Caxias do Sul e tem como meta criar hortas comunitárias biodinâmicas em escolas públicas e em comunidades vulneráveis, com foco na produção de alimentos saudáveis, no fortalecimento da economia local e na preparação das novas gerações para os desafios das mudanças climáticas.
A idealizadora do projeto, Deise Pelicioli, afirma que “um futuro justo e resiliente começa no cuidado com a terra e com as pessoas”. Especialista em agricultura biodinâmica e consultora internacional credenciada pela Demeter International, ela reforça: “A ideia é regenerar o solo, mas também cultivar esperança, autonomia e vínculos humanos”.
Campanha de financiamento coletivo
Para viabilizar a iniciativa, o projeto abriu uma campanha de financiamento coletivo com meta de R$ 30 mil, em parceria com o programa TrilhaRS, que fará o repasse de parte dos recursos arrecadados.
As doações podem ser feitas pela plataforma Benfeitoria. É possível contribuir como “apoiador”, com recompensas como certificado de participação, calendário e acesso a cursos, ou doar diretamente para a campanha, com valor mínimo de R$ 10,00.
O que são hortas biodinâmicas:
As hortas biodinâmicas seguem os princípios da agricultura biodinâmica, que considera a propriedade agrícola um organismo vivo e integrado, buscando harmonia com ciclos naturais e cósmicos. Assim como na agricultura orgânica, não utiliza fertilizantes químicos, pesticidas nem organismos geneticamente modificados.
Para o controle de desequilíbrios, são usados compostos especiais (de substâncias minerais, vegetais e esterco), aplicados em doses mínimas para fortalecer o solo e estimular a vitalidade das plantas. As atividades também são orientadas por um calendário que leva em conta fases da lua e posições dos planetas, com fertilidade gerada internamente por compostagem e rotação de culturas, idealmente com integração de animais para produção de esterco.
Saiba mais sobre a proponente:
Deise Pelicioli é enóloga, pesquisadora, mestre em viticultura e enologia e especialista em agricultura biodinâmica. Atua como professora na especialização em Agricultura Biodinâmica do Instituto Elo, é a única enóloga brasileira credenciada pela Demeter International e pesquisadora do comitê brasileiro da OIV em viticultura sustentável.
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