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Crônica

Um pai no elevador

Diálogo entre pessoas desconhecidas resulta em narrativa divertida

Jornalista - Gustavo Tamagno Martins

redacao@serraempauta.com.br

Freepik/Banco de Imagens
Foto Principal - Notícia

Manhã fria. Elevador de um dos maiores prédios do centro da cidade com lotação máxima. Porta quase fechando, surge uma mãe com uma criança no colo e um menino que não deveria ter mais do que oito anos. 

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— Ele irá sozinho fazer essa aventura — falou, largando a mão do menino e informando o número do andar. 

O menino entrou e a porta se fechou.

De óculos, mochilas nas costas e uma simpatia invejável, o menino quebrou o silêncio sepulcral do elevador e cumprimentou a única pessoa que tinha o seu tamanho, uma menina que estava junto da mãe. Paralisada pela timidez, ela nem ousou em responder.

Segundos depois, não contente com apenas trocas de olhares e o silêncio que não continha nem um “será que chove?”, típico de elevador, o menino olha para o homem perto dos botões e pergunta: 

— Você é pai dela? — apontando para a menina calada.

O cara dá um sorriso e responde que não. 

A mãe da menina até tenta informar: 

— Eu sou a mãe dela. 

Percebendo que o menino procurava interagir e conversar com alguém naquela “pequena viagem” de elevador, o homem solta:

— Tu acha que eu tenho cara de pai?

O menino responde bem convicto:

— Sim!

A porta do elevador se abre, indicando estarmos no quinto andar. Ninguém se mexe do lugar. 

O homem, que também estava perto da porta e agora tinha recebido uma declaração oficial de que possui “cara de pai” - mesmo tendo filhos ou não, ainda entretido na conversa com o menino questiona os demais tripulantes daquele meio de transporte: 

— Alguém vai descer no quinto andar?

O rapaz bem atrás dá uma olhada e declara:

— Olha, acho que foi o senhor que apertou o botão para descer aqui.

O homem olha bem para o número do andar, o rosto fica avermelhado e confirma:

— É mesmo! — responde, sem jeito, descendo no quinto andar. 

A porta se fecha novamente e o rapaz, que revelou a proeza, completa olhando para o menino:

— Com certeza ele é pai.

O silêncio dá lugar a gargalhadas enquanto o elevador sobe para os próximos andares.

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Cultura Crônica Gustavo Tamagno Martins Literatura Texto Elevador Pai Diálogo Narrativa Divertida