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"Pineal - Dança e Trilha Sonora" propõe uma experiência sensorial intensa aos espectadores
redacao@serraempauta.com.br
23.10.2025 - 10h39min
A Cia Matheus Brusa estreia na próxima quarta-feira (29), no Teatro Pedro Parenti, em Caxias do Sul, o espetáculo “Pineal – Dança e Trilha Sonora”, uma imersão cênica que conecta corpo, som e espiritualidade. A apresentação ocorre às 20h, com entrada gratuita.
Com elenco de três bailarinas e música ao vivo, a obra é inspirada na glândula pineal, associada à regulação do sono e, em muitas culturas, à tradições místicas, sendo até mesmo considerada por alguns povos como o “terceiro olho”.
A apresentação se desdobra como um ritual expressionista contemporâneo, em que dança e música se entrelaçam para provocar uma experiência sensorial intensa no público.
Com direção, coreografia, iluminação, cenografia e figurino assinados por Matheus Brusa, “Pineal” nasce de uma pesquisa iniciada em 2006 e hoje consolidada como um dos melhores momentos do artista.
“É um espetáculo que fala muito de ciclos, de nascimento, decomposição e reconstrução. Além de fazer referência a diferentes rituais tribalísticos, tanto nos movimentos, quanto na música. Apesar de ser um dos espetáculos mais difíceis que já criei para os bailarinos, muitas ideias vieram naturalmente”, afirma Matheus.
O coreógrafo acredita que esta criatividade possa ter vindo também como uma forma de preencher o espaço que o luto vinha ocupando em sua vida, durante a criação da coreografia.
Matheus Brusa e a irmã Katherine Brusa, produtora do espetáculo, perderam a mãe Margô Dalla Rosa Brusa, em fevereiro de 2024. Margô foi uma das pioneiras da dança clássica em Caxias do Sul, sendo professora de dança por mais de 50 anos.
O espetáculo conta com o talento das bailarinas-intérpretes-criadoras Milena Baldissarelli, Luiza Miranda e Júlia Grassi. O trio considera que interpretar Pineal vem sendo um desafio que exige muita disciplina, técnica, concentração e equilíbrio emocional.
"O espetáculo é intenso e faz com que elas experimentem diferentes sensações a cada ensaio é algo que mexe muito com a gente e depende muito de como estamos no dia. Acredito que toda essa atmosfera vai passar para o público também”, afirmam as bailarinas.
A trilha sonora, executada ao vivo por Lázaro Nascimento, Marcelo Poleze e pelo próprio Matheus Brusa tem camadas eletrônicas, percussões por vezes ritualísticas e efeitos que dialogam milimetricamente com a coreografia e com os jogos de luz. O entrosamento dos músicos é reflexo da convivência e de criações conjuntas que vêm sendo feitas ao decorrer de décadas de amizade.
“Pineal” não só consolida a retomada dos trabalhos da Cia Matheus Brusa, como mostra o amadurecimento artístico do coreógrafo. Sua pesquisa com este elemento iniciou em 2006, quando coreografou um solo executado por Katherine Brusa. Anos depois, a coreografia evoluiu para o espetáculo “Trance”. Com uma versão de cinco minutos, venceu o Festival de Dança de Joinville.
Em 2024, Matheus foi convidado a levar um de seus trabalhos para integrar a programação oficial da Semana Municipal de Dança de São Paulo, e apresentou uma versão de 17 minutos de Pineal no MASP – Museu de Arte de São Paulo.
A estreia do dia 29 apresenta entre as novidades uma nova trilha sonora, ao vivo, e tem duração de 35 a 40 minutos.
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