Exposição fotográfica retrata olhar sensível sobre a ancestralidade negra, em Caxias

Juliane Ribas/Divulgação

A exposição fotográfica “Caminhos do Mar”, da fotógrafa Tatieli Sperry Monteiro pode ser conferida até o dia 28 de novembro no Sesc de Caxias do Sul. A mostra é uma travessia entre memória, ancestralidade e resistência. A visitação ocorre de segunda a sexta, das 9h às 17h.

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Conforme Tatieli, o projeto nasceu do desejo de homenagear aqueles que, tirados de seu lugar e levados à força pelos oceanos, tiveram suas vidas ceifadas nas águas durante a travessia atlântica — e também de celebrar os descendentes dos que resistiram, os que chegaram, os que seguem existindo e construindo caminhos.

“Em cada imagem, o mar é mais do que cenário: é testemunha e memória. O símbolo do búzio aparece como elemento central, concha que guarda o som das águas e o eco das vozes ancestrais. No contexto da exposição, o búzio representa tanto a espiritualidade afro-brasileira quanto a riqueza simbólica e cultural trazida por esse povo que transformou a dor em herança, e o oceano em caminho”, expressa.

As fotografias foram realizadas na área urbana de Caxias do Sul, em pontos reconhecidos da cidade, como forma de reconhecer e representar o povo negro que também construiu este território. As imagens emergem como um encontro entre passado e presente, memória e espaço urbano, um gesto de presença e pertencimento.

A fotógrafa explica ainda que “Caminhos do Mar” propõe um olhar sensível e respeitoso sobre a ancestralidade negra e suas conexões com o agora. As fotografias são, ao mesmo tempo, homenagem e afirmação: um convite para reconhecer nas marés da história as marcas e as forças que ainda nos movem.

Tatieli Sperry Monteiro é fotógrafa há 15 anos, com atuação voltada à documentação de manifestações culturais, artísticas e sociais. Seu trabalho busca a interseção entre imagem, memória e identidade, com especial interesse em projetos que valorizam o território e a ancestralidade.

Em suas produções, Tatieli transita entre o registro documental e o olhar poético, criando narrativas visuais que conectam o íntimo ao coletivo.

Além da foto acima, segue mais um spoiler abaixo:

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