A reitora Marcia Barbosa recebeu a oferta de duas sedes, a Marcopolo, no Planalto, e um prédio onde funcionava o Pastifício Caxiense
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23.08.2025 - 13h42min
A série de encontros para apresentação do Campus Serra da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Caxias do Sul encerrou nesta sexta-feira (22), em audiência pública na Câmara de Vereadores. Com o plenário do Legislativo lotado, a reitora da instituição de ensino, Marcia Barbosa, anunciou a possibilidade de novos cursos e mais opções de sede para o campus na Serra.
Entre as apostas de cursos avaliadas estão Psicologia e Artes Cênicas, que podem se somar às seis graduações já confirmadas: Administração, Engenharia Agrícola, Engenharia de Produção Mecânica, Engenharia de Materiais e Manufatura, Ciência de Dados e Pedagogia.
A reitora também recebeu a oferta de duas sedes, a Marcopolo, no Planalto, entregue por José Bitencurtt de Almeida, e um prédio em São Pelegrino onde funcionava o Pastifício Caxiense entregue pela arquiteta Jéssica De Carli.
Conforme a reitora, o ingresso será diferenciado, priorizando estudantes da região.
"Estamos avaliando cursos com empregabilidade e interesse da juventude, mas ainda dependemos da aprovação do Conselho Universitário. Para convencer o nosso conselho precisamos de uma voz ativa na comunidade. Mandem mensagens, moções, comuniquem que vocês desejam a UFRGS na Serra. Esse é o tema de casa de vocês para que eu possa dizer que sou a reitora de vocês", ressaltou Marcia.
Articuladora da implantação da Universidade Federal em Brasília, a deputada federal Denise Pessôa (PT) ressaltou que a instalação da instituição de ensino é uma conquista coletiva.
"Mais do que políticas de incentivo, precisamos garantir que os jovens tenham perspectivas reais de futuro ao concluir o Ensino Médio. Estamos numa região de trabalhadores e trabalhadoras e muitos deixam de estudar para trabalhar. A nossa Universidade tem que acolher essa juventude, e aqueles que tem o sonho de se formar e não tiveram essa oportunidade. Queremos que a UFRGS seja um motor e um farol de esperança e que a Serra esteja na UFRGS assim como a UFRGS estará na Serra", afirmou a deputada.
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Pepe Vargas (PT), lembrou o histórico da luta pela universidade na região. Ele ressaltou que essa é uma demanda de mais de 40 anos, sendo que desde a década de 1970, estudantes, movimentos sociais e lideranças defendem essa bandeira, que foi fortalecida e hoje é uma realidade:
"Voltamos a ter essa luta fortalecida em 2010, e em 2023, vimos uma oportunidade com o Plano Plurianual Participativo. Conquistamos um campus e esse é o primeiro passo, porque queremos que se estenda para outros municípios da região. Estamos conquistando um degrau importante e com o tempo vamos conquistar mais, expandir e avançar", destacou.
O prefeito Adiló Didomenico (PSDB) colocou o Poder Executivo à disposição da equipe da universidade para auxiliar.
"Começa novamente este sonho antigo e que, por vezes, até desacreditado, eu vejo agora na sua pessoa reitora Marcia, no seu esforço, na sua equipe técnica da UFRGS, que nós estamos muito próximos de conquistar. E aquilo que depender do Poder Executivo, a senhora conte conosco. Seremos parceiros, independente de local; essa é uma decisão que cabe aos senhores, mas naquilo que nós pudermos contribuir, conte conosco, jamais para atrapalhar".
O plenário também abriu espaço para manifestações de estudantes e lideranças comunitárias. A Diretora de Políticas Públicas da União Nacional dos Estudantes (UNE), Maria Bárbara Munari lembrou que há anos os estudantes, movimentos sociais e os moradores da Serra carregam essa luta, sendo que a região abriga indústrias tem uma população em crescimento, mas não tem uma Universidade Federal.
"A gente precisa preencher essa lacuna. A implantação desse campus é mais do que uma conquista local, é um passo para democratizar o Ensino Superior. Se enganam aqueles que acreditam que o novo campus significa menos recurso ou menos atenção para os outros campis da UFRGS, pelo contrário é uma expansão justa é necessária. Essa luta não pode parar aqui porque não adianta abrir portas, sem garantir quem entrou possa ficar porque além do campus os estudantes precisam de assistência estudantil, cursos noturnos e restaurante universitário. A gente quer e precisa de um sim do Conselho Universitário, queremos sim a universidade na Serra gaúcha", ressaltou a jovem.
A reunião pública foi conduzida pela vereadora Rose Frigeri, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Universidade Federal da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, e contou também com a presença do presidente do Legislativo caxiense, vereador Lucas Careganto.
A expectativa é que o Conselho Universitário da UFRGS delibere sobre o projeto entre setembro e outubro, permitindo o início das atividades em 2026.
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