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Negócios, Inovação e Marketing

Respeitar os mais velhos entrou em desuso: Justo na minha vez?

O respeito aos mais velhos não é um favor. É inteligência coletiva. É estratégia. É reconhecer que a jornada de quem veio antes pode encurtar a nossa

Jornalista - Fábio Langer

fabio@gesto.digital

Cresci nos anos 80 e 90. Quem viveu nessa época sabe que o chinelo voava, a vara de marmelo roncava. E ninguém achava que isso era o fim do mundo.

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A minha mãe me batia? Batia, e provavelmente a tua também. E não estou aqui para romantizar a violência, mas para fazer uma pergunta sincera: será que estamos sendo moles demais?

Será que o que chamamos hoje de "fazer passar trabalho" não era, em muitos casos, um jeito duro, sim de educar para o mundo real?

Um mundo onde não há botão de desfazer, nem zona de conforto o tempo todo?

Será que muitos pais não estão terceirizando o aprender a "receber não" para os empresários

Cresci ouvindo que respeitar os mais velhos era obrigação. Que ouvir quem veio antes de nós era não só sinal de educação, mas de sabedoria.

Que a experiência falava mais alto do que a velocidade. Mas, ultimamente, tenho me perguntado: essa regra ainda vale?

Porque agora que estou chegando lá com rugas no rosto, uns quilos a mais, algumas cicatrizes e um caminhão de história na bagagem vejo uma inversão sutil (e desconfortável) acontecendo.

Respeitar os mais velhos saiu de moda. Justo na minha vez.

A nova régua não mede profundidade, mede rapidez. E isso tem consequências sérias dentro das empresas.

Vejo profissionais incríveis, com décadas de entrega, sendo desconsiderados porque não falam o vocabulário do hype.

Como professor tive alunos maduros, desesperados em aprender tecnologia pois estavam sendo descartados em processos seletivos por não terem domínio de ferramentas que, na prática, são operacionais.

E vejo empresários como eu tentando equilibrar o valor da juventude com a sabedoria que só o tempo traz.

Já tive jovens levantando a voz pra mim, batendo de frente. Já soube de gente indo chorar no banheiro por causa de uma reunião mais dura.

Mas quem me conhece sabe: não sou estúpido. Não exponho. Não humilho. Só cobro. Foi pressão? Foi. Mas em que mundo não existe pressão?

A ideia de que só o novo é bom, de que só o jovem entende o jogo, de que só quem nasceu no digital tem algo a ensinar... é perigosa. Porque corta laços.

Porque perde contexto. Porque exclui.

E sabe o que é mais irônico?

A geração que hoje pede respeito foi quem segurou o rojão, que pagou o preço das crises, que formou empresas, criou mercados, sustentou famílias. E agora, ao menor sinal de cabelo branco, é empurrada para o canto da sala.

O respeito aos mais velhos não é um favor. É inteligência coletiva. É estratégia. É reconhecer que a jornada de quem veio antes pode encurtar a nossa.

E aqui não estou falando de hierarquia ou autoridade imposta. Estou falando de consideração. De escuta ativa. De espaço pra troca.

Justo agora que eu ia começar a colher... começaram a arrancar a árvore.

Enquanto isso, sigo aqui. Produzindo, criando, ensinando, aprendendo. Porque respeito não se exige. Se constrói. E se pratica.

Mesmo que, por enquanto, pareça estar em desuso.

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