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A palestrante Fernanda Fonseca lançou provocações para que o Município crie sua "marca de sabor"
redacao@serraempauta.com.br
08.09.2025 - 20h33min
A reunião-almoço promovida pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul nesta segunda-feira (8) marcou a abertura oficial da Semana Municipal do Turismo e trouxe como debate central o poder da gastronomia no marketing de destinos.
A palestrante, a turismóloga Fernanda Fonseca, gerente de Promoção Turística da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), destacou experiências de Minas Gerais e lançou provocações para que Caxias do Sul descubra, se posicione e consolide sua própria identidade.
"O que torna Caxias do Sul única? Qual é a âncora simples e reconhecível que pode ser associada à cidade? Quem é o público prioritário a ser conquistado? Como a cidade quer ser reconhecida?", questionou a especialista, ao lembrar que destinos fortes se apoiam em símbolos claros e experiências autênticas.
"Belo Horizonte transformou seu estilo de vida gastronômico, formado por bares, botecos e comida afetiva, em identidade. Caxias pode fazer o mesmo com a sua gastronomia, localização e enogastronomia", argumentou a palestrante, citando várias vezes o galeto.
Com exemplos de Belo Horizonte, reconhecida pela Unesco como Cidade Criativa da Gastronomia, e de Tiradentes, que estruturou um calendário robusto de festivais gastronômicos e culturais, Fernanda mostrou como o alimento pode se transformar em sinal de pertencimento e memória.
"Quando se fala em Minas, logo vêm à mente o pão de queijo, a cachaça e a mesa compartilhada. Esse é o poder da gastronomia, transformar hábitos cotidianos em identidade turística", observou.
Segundo ela, a gastronomia vai além da culinária. Abrange produtores locais, cultura alimentar, hábitos de consumo, festivais e experiências que ativam memórias afetivas.
"O turismo gastronômico não é só comer em um restaurante. É vivenciar o território através de sabores, histórias e tradições", destacou.
A especialista reforçou ainda que um destino não pode querer ser tudo ao mesmo tempo.
"Um destino que quer ser tudo, não é nada; um destino que divulga tudo não comunica nada", afirmou.
Para Caxias, sugeriu um caminho que passa pela definição clara de identidade, pela valorização de pequenos produtores, pela qualificação do atendimento e pela criação de um calendário de experiências autênticas que expressem a cultura da Serra Gaúcha.
"Turismo é promoção na veia, é sangue nos olhos, porque Caxias do Sul não concorre com Belo Horizonte, não concorre com Porto Alegre, concorre com uma televisão Samsung nova, concorre com um iPhone de última geração", acrescentou.
Outro ponto enfatizado foi a governança compartilhada. Para que o turismo avance, é necessário o alinhamento entre Poder Público, setor privado e comunidade.
"Não existe turismo sem empresários. A política pública de turismo se concretiza na mesa de um restaurante, na hospedagem em um hotel, na visita a uma vinícola. É no território que ela acontece", reforçou.
Ao abrir o evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, destacou que o turismo é uma indústria limpa, capaz de gerar emprego e renda nas pequenas propriedades, fortalecer a economia criativa e valorizar a cultura da imigração italiana que marca a Região. Ele também ressaltou a necessidade de hospitalidade e acolhimento.
"Se queremos avançar como destino, precisamos oferecer infraestrutura e uma hospitalidade que abrace o visitante. A experiência que oferecemos a quem nos visita é, muitas vezes, o cartão postal mais poderoso da cidade, capaz de consolidar o turismo como vetor de desenvolvimento sustentável”.
Durante a RA CIC, a Prefeitura de Caxias do Sul homenageou com a entrega de troféu três personalidades locais nomeadas Embaixadores do Turismo de Caxias do Sul 2025: a jornalista Juliana Beviláqua, o mestre em Turismo e Hospitalidade Gustavo Toigo e o rapper e escritor Chiquinho Divilas.
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Geral turismo turismóloga Fernanda Fonseca provoca Caxias do Sul definir "marca de sabor"
