Jogo de quatrilho se torna símbolo do Rio Grande do Sul

Gabinete deputado Neri, o Carteiro/Divulgação

Uma das atividades mais tradicionais dos imigrantes italianos e descendentes que se instalaram na Serra Gaúcha, o jogo do quatrilho agora é um dos símbolos do Rio Grande do Sul. O reconhecimento ocorre a partir de proposição do deputado estadual Neri, o Carteiro (PSDB), que também estabelece o dia 20 de maio como Dia do Jogo do Quatrilho no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas do RS.

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A lei foi sancionada pelo governador Eduardo Leite no dia 24 de julho. A data escolhida para a homenagem, 20 de maio, remete à da chegada das primeiras famílias imigrantes à Serra, em Nova Milano, hoje distrito de Farroupilha.

De acordo com a nova legislação, visando preservar e valorizar o legado histórico e cultural, são objetivos do Dia do Jogo de Quatrilho: incentivar e planejar a realização de torneios da modalidade; divulgar e valorizar a herança cultural do Estado; incentivar o conhecimento e a prática do jogo; e apoiar, no âmbito das escolas e instituições diversas do Estado, iniciativas que possibilitem o ensino das origens do jogo, permitam a confraternização e contribuam com o bem-estar dos cidadãos.

Herança cultural da imigração

O Quatrilho é um jogo de cartas, tradicionalmente com baralho espanhol, que se joga em duplas e com a troca de parceiros a cada rodada. O objetivo é formar combinações de cartas, utilizando as classes de multiplicação, base, potência e área, e acumular pontos.

A estratégia envolve atenção aos sinais dados pelos parceiros e a troca a cada jogada, exigindo raciocínio rápido e observação.

O jogo foi trazido ao Brasil pelos imigrantes italianos no fim do século XIX, sendo muito popular até os dias atuais entre os descendentes. As conversas durante a partida são basicamente em talian, dialeto dos antepassados que hoje é Língua de Referência Cultural Brasileira, corroborando assim com o resgate de ambos.

A analogia do jogo com a história real de troca de casais ocorrida no início da imigração italiana na Serra Gaúcha, retratada na obra do escritor José Clemente Pozenato, levou à denominação do livro 'O Quatrilho', que posteriormente virou encenação teatral, minissérie e filme indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1996.

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