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Reconhecimento

Maria Helena Binelli Catan recebe o título de Cidadã Caxiense

Aos 92 anos de idade, a médica e escritora atua há mais de seis décadas na cidade

Jornalista - Redação

redacao@serraempauta.com.br

Thales Comerlato Castagna/Divulgação
Foto Principal - Notícia

A mais nova Cidadã Caxiense atende pelo nome de Maria Helena Binelli Catan. Ela foi homenageada em sessão solene da Câmara Municipal de Caxias do Sul, realizada na noite desta quinta-feira (8), no plenário do Parlamento. Aos 92 anos de idade, a médica e escritora obteve o reconhecimento pela atuação de mais de seis décadas na cidade. A proposta da honraria partiu da vereadora Rose Frigeri (PT). Na condução da cerimônia de hoje, estava o vereador Lucas Caregnato (PT), presidente da Casa. O secretário municipal da Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Junior, representou o prefeito Adiló Didomenico.

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Em nome do Parlamento, a vereadora Rose se pronunciou a partir da tribuna. Ressaltou que a homenageada trabalhou como médica numa época em que não era tão simples, mas sempre de forma humanitária. Lembrou da participação como integrante da Academia Caxiense de Letras (ACL), com impacto em todo o setor cultural do município.

Rose atentou que, à época, ser mulher e médica era antes de tudo um ato de coragem. Contou que Maria Helena abriu portas, sendo a primeira médica a estabelecer e desenvolver vida profissional em Caxias.

"A atuação dela extrapolou as paredes de um consultório. Entendeu a saúde como um compromisso comunitário, abrangendo a educação e o planejamento familiar na perspectiva de uma paternidade consciente", enalteceu.

Depois de receber placa alusiva ao título, Maria Helena dirigiu-se à tribuna, para breves agradecimentos. Lembrou as dificuldades para seguir a profissão de médica. Depois de 62 anos de graduação, contou que, na chegada a Caxias, enfrentou o preconceito de colegas de profissão, que refutavam a atuação de uma mulher.

A homenageada salientou que, no Lions Club Caxias Centro, envolveu-se com as tarefas beneficentes e palestras sobre a saúde da mulher. Mencionou a própria dedicação à literatura, como a trova. Em 2015, foi escritora homenageada da Feira do Livro local.

O presidente do Legislativo atentou para as coincidências históricas do dia. Citou o Dia da Vitória (final da Segunda Guerra, quando os Aliados venceram o Eixo) e a eleição do novo papa Leão XIV. "A nova Cidadã Caxiense se caracteriza pelo amor e pelo compromisso com a saúde", definiu o vereador Lucas.

Saiba mais sobre a homenageada

Maria Helena nasceu em Pelotas/RS, no dia 4 de novembro de 1932. Filha de Mário Binelli e Aurora Maubrigades Binelli, mudou-se com a família para São Paulo ainda bebê, com 40 dias e, depois, para o Rio de Janeiro. Realizou os cursos Primário, Ginasial e Científico no Colégio Brasileiro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, de 1941 a 1950. Em 1952, ingressou no curso superior na Universidade do Brasil, Faculdade Nacional de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (1952 a 1957). Dois anos depois, começou a trabalhar como técnica de Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Servidores do Estado.

Entre 1956 e 1957, foi aprovada em concurso para a Maternidade Escola do Rio de Janeiro, onde exerceu a função de obstetra. Ainda nesse período foi selecionada como plantonista do Hospital de Pronto-Socorro Souza Aguiar. De 1958 a 1959, fez especialização em Pediatria como médica estagiária. Na época, participou da formação "Parto sem Dor", curso ministrado pelo obstetra francês Fernand Lamaze, no Hospital Servidores do Estado.

Em 1960, casou-se com Farjalla Catan, também médico e colega de turma. Nessa época, foi efetivada como médica do Instituto de Previdência e Aposentadoria dos Servidores do Estado (Ipase). E, quando seu marido foi engajado como médico militar, transferiram-se para Campo Grande, no Mato Grosso. De meados de 1960 a 1962, trabalhou como médica do corpo clínico do Hospital da Sociedade Beneficente de Mato Grosso e da Maternidade da Associação de Amparo à Maternidade e Infância.

Em 1963, o marido foi transferido para Caxias do Sul, onde se estabelecem definitivamente. Em solo caxiense, montaram uma clínica particular, quando Maria Helena retomou suas atividades como médica funcionária pública. Em 1967, já na gravidez da terceira filha, ingressou, juntamente com o marido, em um clube de serviço, o Lions Clube Caxias Centro.

Nesse período, já como integrante efetiva da Associação Médica de Caxias do Sul (Amecs) e Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), na Diocese de Caxias do Sul, ministrava Curso de Orientação de Noivos. No início dos anos 1970, fez a Formação de Planejamento Familiar na Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil (Bemfam) do Rio de Janeiro. No retorno a Caxias, deu início à Orientação de Paternidade Consciente na sua clínica. Pelo Lions Clube, em 1970, promoveu uma ação para evitar o fechamento do Lar da Velhice São Francisco de Assis.

De 1969 a 1993, teve diversos artigos científicos publicados e, por aproximadamente 25 anos, realizou palestras preparando multiplicadores para atuarem em comunidades carentes, abordando questões de higiene, saúde e bem-estar, planejamento familiar e métodos anticoncepcionais (1970 a 1995). Em 1979, fez curso na Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). Em exercício do serviço no Lions, iniciou sua produção textual em preces e instruções leonísticas. Recebeu a mais alta distinção leonística: o Prêmio Internacional Melvin Jones.

Maria Helena colocou em prática o atendimento inovador chamado Sala de Espera. Ajustou e efetivou esse formato no Ambulatório do Climatério da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Baseado em referências e estudos de experiências similares que ocorriam pelo país, a espera para o atendimento médico individual passou a ser utilizada no sentido de criar um espaço acolhedor, possibilitando um espaço de fala e escuta em grupo com profissionais da saúde e com a participação da médica, que na sequência faria o atendimento individual. Esse espaço de escuta e fala, realizado de forma gratuita, evoluiu e configurou uma prática que foi mantida no Ambulatório da Universidade de Caxias do Sul, no SESI e, depois, no Campus Universitário, onde o ambulatório se instalou.

Maria Helena fez parte do corpo docente da Faculdade de Medicina da UCS, na disciplina "Promoção e Proteção da Saúde da Mulher e do Adolescente", no período de 1994 a 2002. Em 1993, participou das reuniões da Associação Regional de Apoio à Terceira Idade (ARATI), posteriormente estruturada como a Universidade da Terceira Idade (UNTI), na UCS.

Em 1995, participou da primeira oficina de poesia e crônica e, em 1997, passou a integrar a União Brasileira de Trovadores - Seção Caxias do Sul. Em 2001, lançou seu primeiro livro de poesias, intitulado "Luz Difusa". Naquele mesmo ano, foi empossada na Academia Caxiense de Letras, ocupando a cadeira 39.

Em 2007, iniciou pós-graduação em Literatura Infanto Juvenil e, em 2015, foi escolhida "Amiga do Livro" na Feira do Livro de Caxias do Sul. O segundo livro de poesias veio em 2023, intitulado "Reticências". De 1999 até os dias atuais, vem publicando suas trovas com o intuito de manter vivo esse movimento artístico. Entre os escritores que aprecia, está o mato-grossense Manoel de Barros.

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