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Legislativo

Presidente da Câmara de Caxias reflete sobre a cultura do racismo e da intolerância religiosa

Lucas Caregnato citou exemplos atuais e históricos que evidenciam os problemas estruturais

Jornalista - Redação

redacao@serraempauta.com.br

Pietra Lima/Divulgação
Foto Principal - Notícia

O vereador e presidente da Câmara Municipal de Caxias do Sul, Lucas Caregnato (PT), ocupou a tribuna durante a sessão ordinária de quinta-feira (8) para abordar a pauta do racismo e da intolerância religiosa. O parlamentar sentiu a necessidade de tratar, novamente, sobre o tema após receber, no gabinete, duas pessoas negras que relataram terem sofrido casos de racismo. Um deles incluía também a discriminação religiosa, quando uma das vítimas teve a etnia e a fé diminuídas por manter um vaso com espadas-de-são-jorge em frente a sua casa.

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Para que o racismo seja extinto da sociedade, é preciso entender que esse é um problema estrutural que, muitas vezes, é reproduzido sem a percepção de quem pratica, explicou o petista. Para somar ao argumento, a vereadora Rose Frigeri (PT) citou o caso da deputada federal Enfermeira Rejane (PCdoB) que, em diversas ocasiões, foi barrada de entrar no plenário, na Câmara dos Deputados, mesmo com broche de identificação, o que não aconteceria com os deputados brancos, observou a petista.

O liberal Pedro Rodrigues, em aparte, opinou que a intolerância é incentivada culturalmente, mas que o racismo não é sofrido apenas por negros e que características de pessoas brancas também são alvos de estereótipos.

Ele acrescentou que essa é uma pauta que deve ser discutida por todos independentemente de ideologia, não sendo limitada apenas a quem sofre com o racismo. Da mesma forma, entende que o machismo não deve ser discutido apenas pelas mulheres e a homofobia apenas pela comunidade LGBTQIA+. 

Quanto ao poder Legislativo, Caregnato acredita que é necessário maior fiscalização sobre o poder Executivo, que deve garantir mais políticas públicas voltadas para o combate ao racismo e à intolerância religiosa, incluindo a profissionalização de agentes de segurança para que saibam como registrar casos de racismo e injúria racial de forma respeitosa às vítimas. Para que as políticas sejam mais acessíveis para quem sofre com tais discriminações, ele luta pela criação de uma Delegacia de Combate à Intolerância, como existe em Porto Alegre.

Estela Balardin (PT) disse que demorou para aceitar alguns traços da sua negritude que eram motivos de preconceito vindo de pessoas brancas, como o cabelo que, depois de muita luta, passou a se orgulhar. Ela avalia que a batalha contra a opressão é marcada por atos simbólicos, mas que têm pouco valor efetivo na promoção de uma sociedade mais justa, como a abolição da escravatura que, apesar de pôr um fim a este período, não garantiu a liberdade plena da população negra.

Caregnato, que é historiador, concordou com a colega e fez um comparativo com os imigrantes europeus que chegavam ao Brasil na mesma época. Segundo ele, os recém-chegados ao país tinham direito a terras, e os recém-libertos dos séculos de escravatura não tinham o mesmo direito. O fato pôde ser percebido pelo vereador na história de suas famílias adotiva e biológica: 

"Enquanto meus antepassados adotivos, os Caregnato, ganhavam lotes de terra por meio das políticas de reforma agrária do segundo império, a minha família biológica não tinha o direito de reivindicar terras no Brasil. A partir dessa exclusão, surgem os bolsões de pobreza nas cidades. Os dois primeiros bairros de Caxias foram a 'África caxiense', como era conhecida a região onde hoje é o bairro Jardelino Ramos, e a comunidade Beltrão de Queiroz que, com a instalação do Cemitério Público Municipal, foi apelidada de Vila do Cemitério", comentou.

Embora as críticas do vereador envolvam a sociedade caxiense, ele constata que não é um problema exclusivo do município e que não se deve procurar qual é a cidade "mais racista do país" por ser algo presente em todas elas. Na opinião de Caregnato, é uma situação que será combatida quando houver a colaboração de todas as esferas da sociedade. A manifestação do petista foi saudada por Calebe Garbin (PP), que vê esforço da administração municipal em acolher a diversidade de imigrantes que têm chegado à cidade nos últimos anos.

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Geral Legislativo Caxias do Sul Câmara Vereadores Lucas Caregnato racismo intolerância religiosa